Para celebrar o dia da visibilidade trans, resolvemos trazer uma entrevista com o trans mais adorado de todo  YouTube, Ariel Modara de 23 anos, que a dois anos atrás (17/11/15) começava seu canal, no qual aborda sua transição e ajuda as pessoas a entenderem um pouco mais sobre a transição de gênero, além de encorajar e abordar assuntos do meio, como nome social. 

Confira seu primeiro vídeo:



Entrevista:

1.     Como é feedback que você recebe das pessoas que acompanham o seu canal, e como você lida com os haters?

R: O feedback é, em sua maioria, muito bom! Recebo muitas mensagens de apoio e isso me mantém forte e motivado a continuar. É esse carinho que sinto das pessoas que me acompanham que me fazem conseguir passar por cima de todo o hate. Hoje eu não respondo mais comentário de ódio nenhum, nem tento dialogar, simplesmente ignoro. Assim é melhor. 

2.      Na sua opinião, o YouTube está ajudando as pessoas a se entenderem como transsexuais ou ainda há muita informação errada circulando?

R: Eu acredito que ajude sim. Existem, hoje, muitos canais de pessoas trans e isso é ótimo. Cada um tem sua própria vivência e essa pluralidade de histórias faz com que mais pessoas possam se identificar. 

3.     De onde surgiu a idéia de se criar o canal?

R: Surgiu assim que me assumi trans, naquela época ainda não havia muitos canais brasileiros de garotos trans e eu me sentia muito sozinho, não queria que mais pessoas se sentissem como eu e resolvi compartilhar minha vida e transição para que as pessoas percebessem que ser trans não era nem é nenhum bicho de sete cabeças <3

4.     Você acha que atualmente a sociedade tem mais estrutura para apoiar a diversidade sexual?

R: Acho que hoje as pessoas têm aceitado e respeitado muito mais o outro... Em todos os aspectos. Mas tá bom? Não! Tá longe de ser perfeito, mas hoje conseguimos dialogar e ter bem mais força que apenas alguns anos atrás. Gosto de me manter otimista.

5.     O canal e só o fato de ser uma pessoa trans, faz com que pessoas acabem tendo um julgamento errado sobre você? Como por exemplo em lugares públicos, em oportunidades de emprego…

R: Felizmente eu tive mais experiências boas do que ruins no fato de ser publicamente uma pessoa trans. Tenho muito orgulho de ser <3 também gosto muito da área em que trabalho (design), é um ambiente bom pra lidar. Mas há muita transfobia mesmo que silenciosa, só pelo olhar.

6.     No começo você pensava que o canal iria abordar tantos assuntos íntimos com os quais fala em seus vídeos?

R: Eu já tinha isso bem claro desde o início, foi bastante pessoal desde o primeiro vídeo... O segundo já foi uma chuva de desabafo também. Eu me expus muito e fui aprendendo a dosar o quanto isso era saudável ou não. Lembro bem das primeiras ameaças, mas lembro mais ainda do apoio. Acabou que o próprio tempo foi me trazendo os assuntos e a maturidade para falar sobre eles. Hoje lido muito bem com a exposição <3

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